segunda-feira, 6 de maio de 2013

Plano de Aula: Modernismo

Título da Aula: Modernismo

Materiais: Giz, data show, slides, poema de Fernando Pessoa.


Público Alvo: Terceiro ano do Ensino Médio.


Duração: 4 aulas


1º aula: Modernismo em Portugal., início e os precursores do movimento; 1ª fase, orfeísmo;


2ª aula: 2ª fase - Presencismo, 3ª fase - Neo-Realismo;


3ª aula: Modernismo na Atualidade, Fernando Pessoa;


4ª aula: Debate: Cada aluno trará uma frase de um poema/escrito modernisma que mais lhe chamou a atenção e haverá discussão em aula.



1ª AULA:

Modernismo


    O movimento artístico chamado Modernismo, em Portugal, deu seus primeiros passos em 1910, numa época de transição e de instabilidade política naquele país com a mudança do regime monárquico para o regime republicano. 
       Apresentando semelhança com o modernismo brasileiro no que se refere, principalmente, à literatura, o movimento, em Portugal, surgiu com uma poesia alucinada, provocadora, irritante, com o intuito maior de desestabilizar a ordem política, social e econômica reinante na época. Também influenciada pelo contexto mundial daquele período – 1ª Guerra Mundial (1914), Revolução Russa (1919), EUA assumindo a alcunha de maior potência do mundo – e acompanhando as tendências de vanguarda que nasciam pela Europa, a temática artística apresentava-se com veias de inconformismo, de instabilidade, com o desejo de romper com o passado, de aderir a idéias futuristas, dando maior vida – e visibilidade – ao país. A Europa como um todo vivia um momento de efervescência cultural: a realidade reinterpretada pelos artistas, a crítica aos costumes ultrapassados e a ânsia em aderir e em acompanhar os avanços tecnológicos que rompiam com conceitos já estabilizados, porém atrasados.
       Tanto que, na literatura, a idéia futurista foi a mais explorada pelos escritores. O manifesto técnico da literatura futurista pregava, assim como no modernismo brasileiro, a destruição da sintaxe, o uso de símbolos matemáticos musicais e o menosprezo por adjetivos, advérbios e pontuação. Ainda, alguns críticos literários apresentam três fases para o modernismo português, que serão estudadas a seguir.

1ª Fase - Orfeísmo

Revista Orpheu (Orphismo)

Os únicos dois números de Orpheu - Revista Trimestral de Literatura, lançados em Março e Junho de 1915, marcaram a introdução do modernismo em Portugal. Tratava-se de uma revista onde Mário de Sá-Carneiro, Almada Negreiros e Fernando Pessoa, entre outros intelectuais de menor vulto, subordinados às novas formas e aos novos temas, publicaram os seus primeiros poemas de intervenção na contestação da velha ordem literária; o primeiro número provocou o escândalo e a troça dos críticos, conforme era desejo dos autores; o segundo número, que já incluiu também pinturasfuturistas de Santa-Rita Pintor, suscitou as mesmas reações. Perante o insucesso financeiro, a revista teve de fechar portas, pois quem custeava as publicações era o pai de Mário de Sá Carneiro e este cometeu suicídio em 1916. No entanto, não se desfez o movimento organizado em torno da publicação. Pelo contrário, reforçou-se com a adesão de novos criadores e passou a desenvolver intensa actividade na denúncia inconformista da crise de consciência intelectual disfarçada pela mediocridade académica e provinciana da produção literária instalada na cultura portuguesa desde o fim da geração de 70, de que Júlio Dantas (alvo do Manifesto Anti-Dantas, de Almada) constituía um bom exemplo.


2ª AULA:


2ª Fase - Presencismo

Revista Presença (Presencismo)



A revista Presença - Folha de Arte e Crítica, foi fundada em 1927, em Coimbra, por Branquinho da Fonseca, João Gaspar Simões e José Régio. Não obstante ter passado tempos difíceis, não só financeira como intelectualmente, foi publicada até 1940 demonstrando grande longevidade. O movimento que surgiu em torno desta publicação inseriu-se intelectualmente na linha de pensamento e intervenção iniciada com o movimento Orpheu, que acabou por integrar. Continuou a luta pela crítica livre contra o academismo literário e, inspirados na psicanálise de Freud, os seus intelectuais bateram-se pelo primado do individual sobre o coletivo, do psicológico sobre o social, da intuição sobre a razão. Além da produção nacional, a presença divulgou também textos de escritores europeus, sobretudo franceses. Alguns dos escritores deste Segundo Modernismo foram:Miguel Torga, Adolfo Casais Monteiro, Aquilino Ribeiro, Ferreira de Castro, Vitorino Nemésio, Pedro Homem de Mello, Tomás de Figueiredo e Eça Leal.


3ª fase: Neo-Realismo

Jovens estudantes de Coimbra adoptam o combativismo da Geração de 70, cujo socialismo utópico denunciam e iniciam-se no combate à opressão, inspirados pelo socialismo marxista. É nesta conjuntura que surgem em Portugal os primeiros cultores do neo-realismo ou realismo social, claramente em ruptura com o individualismo e intelectualismo psicológico do movimento Presença. Ferreira de Castro, nos seus romancesEmigrantes e A Selva, introduz a análise de problemas de natureza social, trata as populações que emigram, que se empregam e desempregam.Alves Redol, Soeiro Pereira Gomes, Manuel da Fonseca, Álvaro Cunhal, Mário Dionísio, José Gomes Ferreira, entre outros, continuam a tratar os problemas, as tristezas e as misérias do povo laborioso esmagado pela ganância de uma minoria de representantes do capital, adaptando à realidade nacional o rigor formal e temático dos escritores neo-realistas europeus.

3ª AULA

Atualidade (1960 – até hoje)

- Coincide com a dispersão do grupo surrealista, no final da década de 50 e com a publicação de textos interiorizadores (Existencialismo) e focalizadores da “gente pequena” (literatura socializante).
- Após 1974 (Revolução dos Cravos) os textos espelham uma nova realidade pró-socialista e abismadora diante da realidade.
- Preocupação de relacionamento íntimo com outras literaturas de Língua Portuguesa.


Fernando Pessoa


       Fernando Antônio Nogueira Pessoa – Fernando Pessoa – participou da primeira geração do modernismo português e foi considerado, junto a Camões, o maior poeta de Portugal.

Publicou apenas dois livros enquanto vivo: “35 sonnets” (livro de poemas, em inglês) e “Mensagem”, a obra mais conhecida dele, na qual apresenta o glorioso passado de Portugal e tenta encontrar um sentido para a antiga grandeza e a decadência existente no seu país na época em que o livro foi escrito. 
       Outra obra escrita e assinada por Pessoa, porém publicada postumamente, foi Cancioneiro, em que são explorados temas como solidão, saudade, infância, vida, arte, tédio, ceticismo, e onde encontra-se um dos poemas mais célebre de Fernando Pessoa, “Autopsicografia”, no qual o poeta reflete justamente sobre o fazer poético:

 O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
                          (Antologia Poética, 2001, p. 25).


Próximo ao pensar de Caeiro, segundo Moisés (1991, p. 400), um dos dramas de Pessoa foi o de ser extremamente lúcido, de sonhar em ser inconsciente, porém sem perder a lucidez. E, diferentemente de um dos seus heterônimos, para Pessoa existia coerência entre sentir e pensar. Sentir e pensar constituiam “atos indissociáveis de um órgão íntimo que só por absurdo poderia deixar de sentir e, portanto, de pensar simultaneamente: sentir é pensar, pensar é sentir” (MOISÉS, 1991, p. 400).
Feranando Pessoa faleceu em 30 de novembro de 1935, no mesmo país em que nasceu, sem ter noção exata da dimensão que sua obra alcançaria, e do enigma que sua pessoadeixaria a todos.


4ª AULA:


Debate: Fazer um círculo com as cadeiras e cada um falará somente uma frase que mais lhe chamou a atenção e explicar o porquê, e então debateremos rapidamente cada frase mencionada, levando em conta os aspectos modernistas mencionados em aula.


Avaliação do professor: Trazer o poema, participação da aula.


Postado por  Dâmaris Roberta Lins de Góes


4 comentários:

  1. Oi, Dâmaris. Gostei do seu plano de aula, ainda mais porque está relacionado com o ensino do Modernismo, movimento literário que pesquisei mais a fundo por ser o tema do trabalho do meu grupo. Sou totalmente a favor de atividades de discussão em sala de aula, pois os alunos podem ouvir a opinião dos colegas sobre o assunto e também expor a sua própria opinião. É assim que formamos indivíduos questionadores.
    Só uma correção... o nome da primeira fase do Modernismo é Orfismo, e não Orfeísmo ;)

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  2. Olá, Damaris. Você já está estudando para a prova, não é? Os conteúdos estão bons, mas é preciso que pense especificamente nas estratégias que utilizará aula a aula.Como esse conteúdo será trabalhado? Como será essa discussão?

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  3. Eu concordo com a Ligia.O conteúdo está excelente,muito bem explicado,porém é necessário uma forma de passar isso para os alunos.Avalie melhor :)

    Até mais!

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  4. Oi Dâmaris!!! gostei muito do conteúdo inclusive vou usá-lo para estudar para prova, mas infelizmente ele está muito longo para um plano de aula. Também percebi vários outros erros de digitação é necessário revisar o texto.

    Abraços da amiga
    Cleide - http://entre-amigos8.webnode.com/

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